Campeonato: Natureza contra Cultura

Campeonato: Natureza contra Cultura

A nossa realidade é composta por átomos. As coisas não aparecem do nada. A Natureza produz equilíbrios e homeostasias e todas as disfunções são sintomas de que algo não está a ser respeitado.

Por isso podemos perguntar:  o que estamos a fazer com o mundo? Que tipo de civilização pusemos em marcha?

A Natureza não está focada na competição mas na cooperação, funciona como um todo. Todos se complementam.

Ao contrário, a nossa Cultura separa-nos uns dos outros porque não estimula um factor biológico determinante.
Apenas nos ensinam a desenvolver a área do cérebro responsável pela lógica formal, raciocínio, linguagem verbal.

Não temos o hábito de treinar a conexão entre as duas metades do nosso cérebro, pensar e sentir, de modo a produzir aquilo a que subjectivamente chamamos sentido: um fio condutor que nos dá a sensação de pertencer a algo maior do que nós, uma comunidade, um mundo, um universo.

Poucas práticas institucionais estimulam as capacidades empáticas do indivíduo. As artes que envolvem a palavra, são instrumentos úteis para recuperar esse equilíbrio biológico, essa ligação entre o dentro e o fora, a parte e o todo, o esquerdo e o direito, desde que atenuemos a intelectualização de que foram alvo.

Precisamos exercitar, no dia a dia, a nossa capacidade de imaginar, e de sentir o que estamos a imaginar, durante o acto de ver, ouvir, ler ou escrever. Ao verbalizar a imaginação sensível conectamos as áreas cerebrais opostas e unimos a percepção do Eu e do Outro e entramos noutra frequência de vibração.

E subitamente, em vez criticar, competir, manipular, ficamos mais interessados em apoiar, cooperar, harmonizar. Vivenciar a beleza humana, a partir do seu interior.

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