A arte é um escafandro que usamos para mergulhar em nós.
Há muitas maneiras. Eu crio espectáculos, oficinas, programas de teambuilding, palestras criativas ( motivacionais). E sempre sem largar a poesia.
Falo como quem desenha um mapa, leio como quem desmonta um brinquedo. E aproximo-me do tesouro: nós!, sempre nós. A nossa alma de meninos e a nossa madura capacidade de reescrever o passado, desembrulhando o presente.
Não começei por aqui: tive a cabeça e o coração num sítio diferente. Inundei-me em Ciências da Comunicação; Marketing; Publicidade; e algumas coisas boas ficaram dessa vida intensa vivida ao segundo. Mas andava um pouco por fora e vi-me obrigado a descobrir cá dentro aquilo que sou quando me dou inteiro ao mundo.
Agora cozinho tudo no mesmo bolo, arte, ciência, filosofia, terapia, religião, economia, acreditando que um dia não haverá seres humanos separados, fatia por fatia.
Dia a dia, sigo o rasto da fada transparente que abria a boca fininha e dizia soprando pelo buraco da fechadura: ”a poesia nasce na raíz da vida e desagua nas folhas da literatura”.