Escrita e Leitura, Educação e Cultura

O que nos faz humanos pode muito bem ser a capacidade de fruir a emoção estética. Ou a capacidade de abstração que nos permitiu inventar a escrita e a leitura. A capacidade de pensamento simbólico que nos permite interpretar o mundo e, talvez, ter vontade de sobre ele intervir. Nenhuma destas evoluídas maravilhas nos trouxe a garantia de alcançar a harmonia do amor universal, a justiça do equilíbrio, a paz da igualdade.  

O que nos faz humanos porventura não será sermos portadores de um bom coração pois que muitos de nós, para nossa comum desgraça, de tal não somos providos.

Termos bons instrumentos não basta, há que usá-los bem.  Por exemplo, pensar bem. Sentir bem. E para isso tanto ajuda, e tão directamente, a escrita e a leitura. São a base e o treino da estruturação do pensamento e da auto-observação interior. 

A literatura livre e de grande fôlego é um jogo de alta performance. Com ela não asseguramos uma melhor humanidade mas sem ela o mundo fica mais difícil e perigoso. A escrita, a leitura, e a literatura e quase todas as formas de arte, são laboratórios de desenvolvimento do ser e criam o caldo de cultura que permite a cada um construir o seu próprio puzzle, de forma apoiada mas independente, num ambiente de liberdade onírica. A arte é um dos subtis níveis da própria experiência de vida, ainda por encarnar. Como os bons exemplos não se impõem, antes se propagam pelo contágio, cabe àqueles de nós que de coração puro ainda se entregam ao sonho de melhorar o mundo a árdua tarefa de não se perder no barulho das luzes e continuar a remar com gosto.

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